Hoje, nos intitulamos modernos por abraçar causas que Chiquinha Gonzaga, no tempo do império deu voz não com críticas, mas com a criação do belo, a atitude de justiça.
Essa voz interior é inerente ao humano quando estamos conectados com a verdade individual e se revela coletiva quando se apresenta mostrada na ação de forma positiva.
O homem livre, no que pensa menos é na morte, e a sua sabedoria é uma meditação, não da morte, mas da vida.
O fato de ter sido uma mulher a libertária da música popular também é significativo. No caso de Chiquinha Gonzaga, a desobediência foi a sua forma de contestar um poder que a esmagava. Não era muito diferente desobedecer um pai, um marido ou uma norma imposta. Ao mesmo tempo que se libertava, ela libertava a música.
Contrariamente a muitos compositores da época, ela foge à alienação dominante. A sua obra distingue-se pela observância do que a rodeia, da captação do que é próximo e desta forma produz com originalidade, dando à música um toque brasileiro.
Um pouco da irreverência e arte dessa mulher necessária para chegarmos aqui.
Direção musical de Marcos Paiva